Rompimento de reservatório que matou uma pessoa e destruiu casas em Campina Grande: o que se sabe sobre o caso
Rompimento de reservatório é flagrado por câmeras de segurança, em Campina Grande Um rompimento de um reservatório da Companhia de Água e Esgotos da Para...
Rompimento de reservatório é flagrado por câmeras de segurança, em Campina Grande Um rompimento de um reservatório da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), usado para abastecer 40 bairros em Campina Grande e cidades vizinhas, matou uma idosa e destruiu casas no último sábado (7). Além da idosa de 62 anos morta, o acidente deixou duas pessoas feridas, também provocando o desabamento de três imóveis e arrastou carros pelas ruas do município. O g1 reuniu os principais pontos com o que se sabe e o que falta saber sobre o caso. Como foi o rompimento? Quem é a idosa morta no rompimento do reservatório? Como era feita a manutenção do reservatório? Como as vítimas serão ressarcidas? O que provocou o rompimento? O que diz a Cagepa? Quando o abastecimento de água foi retomado? 1. Como foi o rompimento? O rompimento aconteceu na manhã de sábado, na Rua Oswaldo Cruz. O reservatório armazenava cerca de dois mil metros cúbicos de água — o equivalente a dois milhões de litros — e deixou 40 bairros de Campina Grande, além dos municípios de Lagoa Seca, São Sebastião de Lagoa de Roça, Areial e Montadas, temporariamente sem abastecimento. O serviço já foi restabelecido. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Materiais e equipamentos da fábrica de gelo ficaram destruídos após rompimento de reservatório, em Campina Grande TV Cabo Branco/Reprodução Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do rompimento do resevartório em Campina Grande. O vídeo mostra a destruição causada pela força da água. As imagens mostram a água atingindo e destruindo uma residência, e depois seguindo pelas ruas. Veículos que estavam estacionados foram arrastados e postes foram derrubados. 2. Quem é a idosa morta no rompimento do reservatório? Maria do Socorro, de 62 anos, morreu após reservatório de água romper em Campina Grande TV Paraíba A idosa Maria do Socorro Leal Teixeira de Araújo, de 62 anos, foi a vítima do rompimento. Ela estava em uma das casas atingidas pela força da água. Em entrevista à TV Paraíba, Dionísia Pereira, prima da vítima, contou que Maria do Socorro tinha Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa, e vivia acamada na residência. Segundo Dionísia, no momento do rompimento, três pessoas estavam na casa, incluindo uma cuidadora que acompanhava Maria do Socorro. A vítima estava no quarto quando a água atingiu o imóvel. “A casa dela ficou toda arriada e eu já me preocupando e perguntando: ‘cadê Socorro?’. Aí foi quando ele (filho da vítima) falou: ‘a água levou mainha, mainha tá falecida’. Aí se desesperando para saber também o resto dos outros vizinhos, das outras casas, para saber como é que tava todo mundo”, contou Dionísia Pereira. Reservatório de água rompe em Campina Grande Reprodução/TV Cabo Branco As duas pessoas que ficaram feridas devido o rompimento, segundo o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, uma mulher e um homem, ambos de 50 anos, sofreram ferimentos nos pés. Eles deram entrada na unidade hospitalar e apresentam estado de saúde estável. Casa destruída após rompimento de revervatório de água em Campina Grande Reprodução 3. Como era feita a manutenção do reservatório? Governador João Azevedo afirma que reservatório não apresentou sinais de rompimento TV Paraíba O governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), afirmou no sábado (8) que o reservatório de água que rompeu no bairro da Prata passava por manutenção constante e não apresentava sinais de risco antes do acidente. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa. “Naquilo que se refere a questão da manutenção, essa manutenção é diária, é permanente. Não há nenhum relatório em que aquele reservatório apresentasse, até o momento, nenhum risco para a população. Não houve nenhuma sinalização. Quando uma estrutura qualquer de qualquer edificação dá sinais de rompimento, são vários sinais que aparecem antes, e ali não foi o caso. Não tinha vazamento pelas paredes, não aparecia nada disso”, afirmou o governador João Azevedo. 4. Como as vítimas serão ressarcidas? O governador garantiu que as vítimas do rompimento, no que diz respeito a perdas materiais, receberão apoio do governo. “Tudo aquilo que se refere a apoio material, nós estamos equacionando e vamos resolver. Todas as famílias ficarão completamente protegidas pela mão protetora do governo, que tem obrigação sim e responsabilidade de tomar essas medidas”, destacou. O governo também criou uma comissão especial para acompanhar o caso, sob o comando do vice-governador, Lucas Ribeiro. Segundo ele, a Cagepa alugou residências para alocar vítimas que estão precisando de habitação. A administração estadual disse que está garantindo abrigo às pessoas que ficaram desalojadas, mas não detalhou quantas pessoas estão nesta situação. "Todos os prejuízos que as pessoas tiveram serão ressarcidos de imediato pelo governo e vamos fazer todo o levantamento (de danos)", afirmou. 5. O que provocou o rompimento? Sede do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em João Pessoa Ascom/MPPB Ainda não há informações sobre o que teria provocado o rompimento. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação para apurar o caso, após instaurar uma notícia de fato. A investigação foi instaurada pela promotora de Justiça plantonista Cláudia de Souza Cavalcanti Bezerra. Segundo o documento, o caso envolve uma concessionária de serviço público e gerou consequências que atingem interesses coletivos, o que justifica a atuação do Ministério Público. O MPPB solicitou que a Cagepa, por meio da Gerência Regional de Campina Grande, apresente em até 48 horas informações sobre o rompimento. O órgão quer saber se foram realizadas vistorias técnicas na estrutura antes do acidente, quais medidas foram adotadas após o fato e o planejamento para reparar os danos. O Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e o IPC também devem apresentar detalhes do que foi feito após o rompimento do reservatório. De acordo com o Ministério Público, a investigação será encaminhada a um promotor com atuação na área do Meio Ambiente, mas deve ter caráter intersetorial, envolvendo também as promotorias do Consumidor, do Cidadão e Criminal. “O Ministério Público da Paraíba será atuante e vigilante até que as responsabilidades pelo rompimento do reservatório da Cagepa sejam integralmente apuradas e os danos de natureza difusa e coletiva sejam reparados”, afirmou a promotora de Justiça Cláudia Bezerra. 6. O que diz a Cagepa? A Cagepa, responsável pelo reservatório, afirmou em nota que lamenta o acidente e manifestou pesar pela vítima que morreu. Segundo a empresa, vai ser instaurado um processo interno de apuração para identificar as causas do rompimento. “As circunstâncias do caso estão sendo apuradas. Assim que o rompimento foi identificado, equipes técnicas e de assistência foram mobilizadas imediatamente, em parceria com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança das famílias afetadas e iniciar as medidas emergenciais”, afirmou a Cagepa. 7. Quando o abastecimento de água foi retomado? Defesa Civil e Corpo de Bombeiros foram acionados após rompimento de reservatório em Campina Grande Reprodução O abastecimento de água foi restabelecido no domingo (9) em Campina Grande e nas cidades vizinhas afetadas pelo rompimento de um reservatório da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). De acordo com o diretor-presidente da Cagepa, Marcus Vinícius Neves, o sistema voltou a operar com segurança após inspeções técnicas detalhadas. Segundo ele, as equipes da companhia confirmaram que os demais reservatórios, no local onde estava o que se rompeu, permanecem íntegros e em plenas condições de funcionamento. “Desde o momento do incidente, adotamos todas as medidas necessárias para garantir a segurança do sistema. Nossas equipes realizaram inspeções visuais e estruturais em todas as câmaras do reservatório e confirmaram que apenas a unidade afetada foi isolada. As demais estruturas estão seguras e em operação normal, assegurando a continuidade do abastecimento com total controle técnico”, afirmou Marcus Vinícius. Além dos 40 bairros em Campina Grande, outras cidades da região também tiveram o abastecimento de água retomados. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba