Secretaria de Saúde determina afastamento de equipe após bebê morrer durante o parto e mãe perder útero em Campina Grande
Segundo o pai da criança, a mãe teria recebido uma dose excessiva de medicamento para induzir o parto. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o...

Segundo o pai da criança, a mãe teria recebido uma dose excessiva de medicamento para induzir o parto. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso. Polícia investiga morte de bebê em maternidade do Isea, em Campina Grande A Secretaria de Saúde de Campina Grande decidiu, nesta terça-feira (11), afastar os profissionais da maternidade Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) que atenderam uma gestante vítima de uma suposta negligência médica. A mulher perdeu o útero e o bebê morreu. A Polícia Civil está investigando o caso. O caso foi denunciado, inicialmente, nas redes sociais pelo pai do bebê. Segundo ele, a mãe recebeu uma superdosagem de um medicamento para induzir o parto. O bebê morreu durante o parto e as complicações fizeram com que a mulher perdesse o útero. Inicialmente, a secretaria informou que iria abrir uma sindicância para apurar o caso. Algumas horas depois, ainda na noite desta terça-feira (11), o órgão emitiu uma nota anunciando a determinação de afastamento dos profissionais envolvidos, até que o caso seja apurado. Parto aconteceu na maternidade do Isea, em Campina Grande Reprodução/TV Cabo Branco "O afastamento se faz necessário enquanto durar a sindicância que investiga a ocorrência. A Secretaria de Saúde acrescenta que toda a apuração será feita com o máximo rigor e os profissionais terão amplo direito de defesa, no processo", diz a nota. De acordo com o diretor administrativo do Isea, Ítalo Cunha, um médico já foi afastado e os outros profissionais vão ser chamados para serem comunicados sobre a decisão nas próximas horas. Ele não soube informar quantos profissionais, e de quais áreas, estão envolvidos diretamente no caso. Segundo o delegado Rafael Pedrosa, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A investigação avançará com o depoimento de testemunhas e o resultado de laudos periciais, incluindo exames no corpo do bebê, exame toxicológico, exame de lesão corporal na mãe do bebê e análise pericial do útero, que foi levado separadamente. Entenda o caso Segundo o pai da criança, Jorge Elô, a mulher deu entrada na unidade hospitalar no dia 27 de fevereiro. Na manhã do dia seguinte, exames indicaram a viabilidade de um parto vaginal, e a equipe médica iniciou a indução com comprimidos intravaginais. Naquele momento, souberam que o mesmo médico que realizava o pré-natal particular da gestante estaria de plantão naquela noite no Isea. Na madrugada do dia 1º de março, o médico substituiu a medicação por uma intravenosa, intensificando as contrações. Por volta das 6h daquele dia, segundo relato do pai, duas enfermeiras do hospital atenderam a mãe da criança. Uma constatou que a cabeça do bebê já estava coroada, enquanto a outra aumentou a dosagem da medicação sem, segundo ele, consultar o médico. “Ela começou a vomitar e a tremer de frio. Ao procurarmos ajuda, ouvimos que era ‘normal’. Desesperada, [a vítima] implorou para não ficar sozinha, mas as profissionais a abandonaram, alegando ter outras gestantes para atender. Nosso médico de confiança havia ido embora do plantão sem sequer nos ver”, afirmou nas redes sociais. Ainda de acordo com Jorge Elô, o trabalho de parto parou de evoluir, e as profissionais teriam culpado Danielle por não ter “colaborado”. O pai relatou que, minutos depois, elas teriam forçado a mulher a fazer força, mas ela desmaiou e estava sem pulso. Nesse momento, a levaram às pressas para a cirurgia. Em entrevista à rádio CBN João Pessoa, o pai da criança afirmou que, após sua esposa ser levada para a sala de cesárea, ficou sem notícias sobre o que estava acontecendo. Quando finalmente entrou no local, viu a equipe médica retirando o bebê já sem vida e segurando o útero da mãe. “O médico me entregou o órgão para eu fazer a biópsia do útero e explicou que nunca tinha visto um rompimento daquela forma", relatou. "Eu estou revoltado, estou com muito ódio, mas, ao mesmo tempo, estou tendo acolhimento de familiares e amigos. A retirada do útero dela dificultou a realização desse sonho novamente. Eles fizeram algo muito grave com a gente. Eu ainda não consegui viver meu luto e entender, sentir. O tempo todo, estou tentando ser forte para cuidar dela, denunciar e conseguir responsabilizar todo mundo envolvido", afirmou. O Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público da Paraíba informaram que só irão se manifestar após o recebimento de uma denúncia formal. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba